quarta-feira, 11 de julho de 2012

NOTA DE REPÚDIO AO POSICIONAMENTO DA ANEL (MARABÁ) SOBRE A GREVE


NOTA DE REPÚDIO AO POSICIONAMENTO DA ANEL (MARABÁ) FRENTE A POSSIBILIDADE DE PARALISAÇÃO DAS AULAS DO PARFOR

No ultimo dia 27/06 os professores da Universidade Federal do Pará – Campus de Marabá, reuniram-se em assembleia geral para discutir, entre outras temáticas, a problemática referente a paralisação ou não das aulas do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – Parfor, que iniciar-se-iam no mês de Julho e teriam como consequência imediata o retorno as aulas de cerca de 1/3 do corpo docente da UFPa (Marabá), representando desta forma, um grande “furo” no processo local/ nacional de lutas da categoria.
Em meio a um debate “tenso” e pouco politizado, de modo que a parcela de professores que defendeu a manutenção das aulas embasou suas argumentações em discursos de cunho financeiro (não queriam abrir mão das bolsas que o programa Parfor disponibiliza para os docentes que ministram aulas no mesmo – estas giram em torno de até 4 bolsas de R$ 1.300,00 por disciplina e os docentes podem dar aulas em até 3 disciplinas por etapa, ou seja, os professores podem receber até R$ 15.900,00 em um período de 45 dias, que é a duração de cada etapa do programa) mostrando a falta de comprometimento dos mesmos com o processo de luta pautado nacionalmente pela categoria. Por meio de um processo apertado, os professores acabaram por decidir pela manutenção das aulas.

Durante a assembleia os estudantes que não concordaram com as postura adotada pela categoria docente posicionaram-se e tentaram minimamente fazer com que o debate acerca da paralisação ou não das aulas do programa tomasse um rumo um pouco mais politizado, ou seja, discutir a fundo as implicações desta decisão e rechaçar apenas a pauta financeira adotada pela parcela que optou pela manutenção das aulas.

Lembrando que, em todos os momentos que esse “furo” no processo de lutas foi pautado na assembleia docente, os militantes da ANEL permaneceram calados e sequer questionaram a decisão tomada pelos professores, ação justificada pelo fato de que o comando geral em Marabá é dirigido por um dos quadros do PSTU. Não contentes, ainda fizeram críticas baixíssimas aos estudantes que ainda tentaram resgatar um pouco de comprometimento da assembleia com o debate político, chamando-os de baderneiros e dizendo que os mesmos não teriam o direito de posicionar-se na assembleia de professores e que a postura dos mesmos foi um “papelão”. Ora não podemos nos posicionar na assembleia de professores? Logicamente entendemos o protagonismo da categoria no momento histórico, entretanto estas mobilizações em torno da pauta da educação foram construídas em conjunto por professores e estudantes. Desta forma é mais do que justo podermos dar nossas opiniões acerca do processo, inclusive quando se trata de uma decisão ridícula como esta, UM FURO NA GREVE NACIONAL.

Entretanto, entendendo que a realização das aulas no programa Parfor, que por sinal só aconteceram, e de maneira conflituosa, em grande parte das Universidades Federais do Norte, como é o caso da UFAM, UFAP, UFPa (Campus de Belém, Altamira e Cametá), principalmente por influencia da decisão tomada em Marabá, poderia acarretar em um processo agudo de enfraquecimento do das lutas, parte do ME da UFPa (Centro Acadêmico de Agronomia, Coletivo Vamos a Luta e Movimento Debate e Ação) optou por mobilizar os estudantes para uma assembleia geral, que foi realizada no dia 29/06, para discutir e deliberar o posicionamento dos estudantes acerca da pauta do programa Parfor. Mobilizando também para a discussão os militantes da ANEL.

Os estudantes também tinham como meta central problematizar e discutir acerca das contradições e das deficiências estruturais e metodológicas do programa, buscando construir propostas concretas de luta e de melhorias para os estudantes do mesmo. Entretanto a participação dos estudantes do próprio programa Parfor foi mínima no espaço e em comum acordo o ME da UFPa optou por remarcar outra assembleia pro dia 04/07 e mobilizar estes estudantes para a discussão.

Em assembleia com ampla participação dos discentes do Parfor, os estudantes da UFPa optaram em sua maioria pela manutenção das aulas do programa.
Entretanto, por meio deste documento gostaríamos de rechaçar a atitude dos militantes da ANEL (Marabá) que publicamente, nas duas assembleias estudantis e na assembleia de professores, defenderam a manutenção das aulas no programa Parfor e consequentemente posicionaram-se contra o processo de lutas da categoria docente, de modo que tinham consciência de que tal atitude enfraqueceria em muito as mobilizações dentro da UFPa.

Rechaçamos também a atitude anti-classista e de auto-construção de boa parte dos militantes já mencionados anteriormente no sentido de que buscaram a todo momento, durante as discussões em plenária, minimizar e rebaixar o debate político, elaborando falas de cunho pessoal e de pouquíssimo conteúdo, valendo-se da situação para atacar baixamente os estudantes que buscaram posicionar-se contra este “furo” no processo de lutas.
Gostaríamos também de salientar que, a decisão geral dos estudantes e dos docentes da UFPa pela manutenção das aulas do Parfor em muito passa pelas atitudes e argumentações rasas e pela despolitização do debate por parte dos militantes da ANEL e da parte egoísta dos professores que optou por defender sua pauta financeira (as bolsas do programa).

Entretanto companheir@s, elaboramos este documento com o intuito de reafirmar nossa posição acerca desta discussão e de reafirmar também o nosso compromisso máximo com a categoria docente neste processo fundamental de lutas e mobilizações em torno da pauta da educação pública de qualidade no Brasil. Gostaríamos também de lembrar que a manutenção, a solidificação e a resistência do processo de lutas neste momento histórico passam também pela participação orgânica e politizada dos estudantes tanto nos processos de reflexão quanto nas lutas concretas e nas proposições para a melhoria da educação neste país.

Desta forma nos reafirmamos enquanto sujeitos comprometidos deste processo e deixamos claro que não iremos tolerar posturas como estas tomadas pelos companheiros da ANEL. No mais continuaremos em constante processo de luta.

E por fim, pedimos aos militantes da ANEL de Marabá que reflitam acerca de suas posturas políticas e não coloquem-se como retardadores do processo de crescimento da luta de classes.

Pátria Livre...
Venceremos.
Marabá 9 de Julho de 2012
Ass. Movimento Debate e Ação, Centro Acadêmico de Agronomia – CAA e Coletivo Vamos à Luta.

2 comentários:

  1. Olha, os ataques são graves. Primeiro justificando a postura da ANEL pelo fato do comando geral em Marabá ser dirigido por um militante do PSTU. Segundo por atacar a ANEL pela sua postura nas assembleias do campus. Acredito que o movimento se constrói também pelas críticas, mas nesse caso, não vejo como essa carta, onde apenas quem estava presente e participa cotidianamente das lutas da UFP pode julgar, pode contribuir para o movimento nacionalmente. No restante do país, vai restar aos estudantes acreditar ou não no conteúdo da carta, sem nenhuma base concreta. Não quero acusar os autores dessa carta, mas me parece um ataque oportunista a ANEL e ao PSTU, na medida em que não existe nenhuma base para se avaliar o ocorrido, que só cria um clima de desconfiança dentro do movimento estudantil. Se o que está escrito nessa carta possuir algum fundo de verdade, por favor, exponha. Se não, por favor, revejam essa postura.

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  2. Releia novamente o texto meu caro, tudo que esta esta escrito de fato tem não só fundo, como início, meio e fim de verdade. Agiram de coveniência sim com interesses individualistas de professores, e nem sequer em um momento interviram com falas nessa assembléia, além de querer reprimir, posteriormente, a fala dos estudantes presentes. A pergunta que não quer calar porque só a ANEL de marabá, diferentemente do restante dos outros IFES pelo país, foi a favor de supervalorizar o PARFOR em detrimento dos estudantes do regular e intervalar, cujo os quais estes dois últimos correspondem a, praticamente, 80% dos alunos na UFPA campus de marabá ?

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