NOTA DE REPÚDIO AO POSICIONAMENTO DA ANEL
(MARABÁ) FRENTE A POSSIBILIDADE DE PARALISAÇÃO DAS AULAS DO PARFOR
No ultimo dia 27/06 os professores da
Universidade Federal do Pará – Campus de Marabá, reuniram-se em assembleia
geral para discutir, entre outras temáticas, a problemática referente a
paralisação ou não das aulas do Programa Nacional de Formação de Professores da
Educação Básica – Parfor, que iniciar-se-iam no mês de Julho e teriam como
consequência imediata o retorno as aulas de cerca de 1/3 do corpo docente da
UFPa (Marabá), representando desta forma, um grande “furo” no processo local/
nacional de lutas da categoria.
Em meio a um debate “tenso” e pouco
politizado, de modo que a parcela de professores que defendeu a manutenção das
aulas embasou suas argumentações em discursos de cunho financeiro (não queriam
abrir mão das bolsas que o programa Parfor disponibiliza para os docentes que
ministram aulas no mesmo – estas giram em torno de até 4 bolsas de R$ 1.300,00
por disciplina e os docentes podem dar aulas em até 3 disciplinas por etapa, ou
seja, os professores podem receber até R$ 15.900,00 em um período de 45 dias,
que é a duração de cada etapa do programa) mostrando a falta de comprometimento
dos mesmos com o processo de luta pautado nacionalmente pela categoria. Por
meio de um processo apertado, os professores acabaram por decidir pela
manutenção das aulas.
Durante a assembleia os estudantes que
não concordaram com as postura adotada pela categoria docente posicionaram-se e
tentaram minimamente fazer com que o debate acerca da paralisação ou não das
aulas do programa tomasse um rumo um pouco mais politizado, ou seja, discutir a
fundo as implicações desta decisão e rechaçar apenas a pauta financeira adotada
pela parcela que optou pela manutenção das aulas.
Lembrando que, em todos os momentos
que esse “furo” no processo de lutas foi pautado na assembleia docente, os
militantes da ANEL permaneceram calados e sequer questionaram a decisão tomada
pelos professores, ação justificada pelo fato de que o comando geral em Marabá
é dirigido por um dos quadros do PSTU. Não contentes, ainda fizeram críticas
baixíssimas aos estudantes que ainda tentaram resgatar um pouco de
comprometimento da assembleia com o debate político, chamando-os de baderneiros
e dizendo que os mesmos não teriam o direito de posicionar-se na assembleia de
professores e que a postura dos mesmos foi um “papelão”. Ora não podemos nos
posicionar na assembleia de professores? Logicamente entendemos o protagonismo
da categoria no momento histórico, entretanto estas mobilizações em torno da
pauta da educação foram construídas em conjunto por professores e estudantes.
Desta forma é mais do que justo podermos dar nossas opiniões acerca do
processo, inclusive quando se trata de uma decisão ridícula como esta, UM FURO
NA GREVE NACIONAL.
Entretanto, entendendo que a
realização das aulas no programa Parfor, que por sinal só aconteceram, e de
maneira conflituosa, em grande parte das Universidades Federais do Norte, como
é o caso da UFAM, UFAP, UFPa (Campus de Belém, Altamira e Cametá),
principalmente por influencia da decisão tomada em Marabá, poderia acarretar em
um processo agudo de enfraquecimento do das lutas, parte do ME da UFPa (Centro
Acadêmico de Agronomia, Coletivo Vamos a Luta e Movimento Debate e Ação) optou
por mobilizar os estudantes para uma assembleia geral, que foi realizada no dia
29/06, para discutir e deliberar o posicionamento dos estudantes acerca da
pauta do programa Parfor. Mobilizando também para a discussão os militantes da
ANEL.
Os estudantes também tinham como meta
central problematizar e discutir acerca das contradições e das deficiências
estruturais e metodológicas do programa, buscando construir propostas concretas
de luta e de melhorias para os estudantes do mesmo. Entretanto a participação
dos estudantes do próprio programa Parfor foi mínima no espaço e em comum
acordo o ME da UFPa optou por remarcar outra assembleia pro dia 04/07 e
mobilizar estes estudantes para a discussão.
Em assembleia com ampla participação
dos discentes do Parfor, os estudantes da UFPa optaram em sua maioria pela
manutenção das aulas do programa.
Entretanto, por meio deste documento
gostaríamos de rechaçar a atitude dos militantes da ANEL (Marabá) que
publicamente, nas duas assembleias estudantis e na assembleia de professores,
defenderam a manutenção das aulas no programa Parfor e consequentemente
posicionaram-se contra o processo de lutas da categoria docente, de modo que
tinham consciência de que tal atitude enfraqueceria em muito as mobilizações
dentro da UFPa.
Rechaçamos também a atitude
anti-classista e de auto-construção de boa parte dos militantes já mencionados
anteriormente no sentido de que buscaram a todo momento, durante as discussões
em plenária, minimizar e rebaixar o debate político, elaborando falas de cunho
pessoal e de pouquíssimo conteúdo, valendo-se da situação para atacar
baixamente os estudantes que buscaram posicionar-se contra este “furo” no
processo de lutas.
Gostaríamos também de salientar que, a
decisão geral dos estudantes e dos docentes da UFPa pela manutenção das aulas
do Parfor em muito passa pelas atitudes e argumentações rasas e pela
despolitização do debate por parte dos militantes da ANEL e da parte egoísta
dos professores que optou por defender sua pauta financeira (as bolsas do
programa).
Entretanto companheir@s, elaboramos
este documento com o intuito de reafirmar nossa posição acerca desta discussão
e de reafirmar também o nosso compromisso máximo com a categoria docente neste
processo fundamental de lutas e mobilizações em torno da pauta da educação
pública de qualidade no Brasil. Gostaríamos também de lembrar que a manutenção,
a solidificação e a resistência do processo de lutas neste momento histórico
passam também pela participação orgânica e politizada dos estudantes tanto nos
processos de reflexão quanto nas lutas concretas e nas proposições para a
melhoria da educação neste país.
Desta forma nos reafirmamos enquanto
sujeitos comprometidos deste processo e deixamos claro que não iremos tolerar
posturas como estas tomadas pelos companheiros da ANEL. No mais continuaremos
em constante processo de luta.
E por fim, pedimos aos militantes da
ANEL de Marabá que reflitam acerca de suas posturas políticas e não coloquem-se
como retardadores do processo de crescimento da luta de classes.
Pátria Livre...
Venceremos.
Marabá
9 de Julho de 2012
Ass.
Movimento Debate e Ação, Centro Acadêmico de Agronomia – CAA e Coletivo Vamos à
Luta.
Olha, os ataques são graves. Primeiro justificando a postura da ANEL pelo fato do comando geral em Marabá ser dirigido por um militante do PSTU. Segundo por atacar a ANEL pela sua postura nas assembleias do campus. Acredito que o movimento se constrói também pelas críticas, mas nesse caso, não vejo como essa carta, onde apenas quem estava presente e participa cotidianamente das lutas da UFP pode julgar, pode contribuir para o movimento nacionalmente. No restante do país, vai restar aos estudantes acreditar ou não no conteúdo da carta, sem nenhuma base concreta. Não quero acusar os autores dessa carta, mas me parece um ataque oportunista a ANEL e ao PSTU, na medida em que não existe nenhuma base para se avaliar o ocorrido, que só cria um clima de desconfiança dentro do movimento estudantil. Se o que está escrito nessa carta possuir algum fundo de verdade, por favor, exponha. Se não, por favor, revejam essa postura.
ResponderExcluirReleia novamente o texto meu caro, tudo que esta esta escrito de fato tem não só fundo, como início, meio e fim de verdade. Agiram de coveniência sim com interesses individualistas de professores, e nem sequer em um momento interviram com falas nessa assembléia, além de querer reprimir, posteriormente, a fala dos estudantes presentes. A pergunta que não quer calar porque só a ANEL de marabá, diferentemente do restante dos outros IFES pelo país, foi a favor de supervalorizar o PARFOR em detrimento dos estudantes do regular e intervalar, cujo os quais estes dois últimos correspondem a, praticamente, 80% dos alunos na UFPA campus de marabá ?
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