CARTA
ABERTA AOS PROFESSORES EM GREVE NO CAMPUS DE MARABÁ
“Não tem dinheiro pra carreira, mas tem pro Carlinhos Cachoeira”
Em Assembléia Estudantil realizada na última sexta feira (29/06) foi aprovada a construção desta Carta, com o propósito de dialogar com a comunidade docente a respeito da deliberação referendada em última assembléia dos professores realizada dia 27/06, que aprovou a manutenção das atividades no período do Parfor.
Queremos frisar que esta é a greve mais forte dos últimos anos, uma vez que das 59 federais no país, já temos um quadro de 56 federais em greve, chegando a quase 100% de IFES paralisadas até o momento.
A última Assembléia dos docentes com a presença do Coordenador do Parfor que foi realizada em Belém na quarta feira passada pela manhã foi votada a Resolução: Pela suspenção das atividades no Parfor, sem nenhuma espécie de substituição ou prejuízo à Bolsa, observando o direito do Professor em Greve de repor as aulas. Por outro lado, o CNG já enviou um documento para CAPES, pautando a revisão nos prazos de pesquisa, pós-graduação e projetos devido o momento de greve.
Nós estudantes do Campus Universitário de Marabá, tomamos conhecimento da posição de Belém após a Assembléia construída em Marabá, porém já tínhamos nossa posição de continuar defendendo a suspensão do Parfor. Marabá ainda tem um vínculo forte com Belém, apesar de ser uma Seção Sindical independente, no entanto, a proposta que foi aprovada em Marabá somente enfraquece a greve, justamente no momento de maior acento do Movimento Grevista.
Nesse sentido, solicitamos aos docentes que revejam sua posição em relação à Greve no Parfor, seguindo o exemplo de Belém e da UFAM (que tiveram uma boa posição desde o início) para se manterem firmes na luta sem perder o foco da batalha política com o governo para de fato conseguir nossas conquistas de conjunto. Entendemos ainda, que faz parte da pauta de reivindicações dos professores a luta contra a precarização das condições de trabalho e o Parfor, infelizmente, constitui um exemplo da prática dessa política de governo. É visível a precariedade em que os cursos Parfor acontecem e o momento da greve é uma oportunidade para todos os envolvidos se posicionarem em protesto contra essa política.
O Parfor, assim como muitos dos programas assistencialistas do governo Dilma (bolsa escola e bolsa família), funciona para os docentes das IFES como uma compensação pelos baixos salários, o que seduz e assedia ao mesmo tempo, muitos professores financeiramente, fazendo com que a classe trabalhadora tenha dificuldades em se manter unida para lutar; inclusive pelo fato de que nesse momento de etapa Parfor durante a greve, se estabelece o discurso de que participa quem puder ou quiser. Mas quem não quer uma bolsa de mais de R$ 5.000,00 pra trabalhar por uma semana?
Os profissionais da educação que historicamente têm sido "massacrados" ao longo dos anos pelos governos neoliberais de Lula e FHC com a desvalorização contínua de suas carreiras; se submetem facilmente a uma situação humilhante, reduzindo o seu trabalho docente e toda a relevância de sua vida acadêmica para a sociedade a um serviço prestado, é a precarização do serviço público em nome da famigerada economia de mercado.
É diante desse cenário que acreditamos que o Parfor deve ser o momento de confrontarmos a realidade cruel a que professores formadores das IFES em GREVE e professores-alunos do programa estão sendo submetidos e através desse debate encaminharmos um posicionamento de luta dentro dessa greve nacional para enfrentarmos a política ditatorial do governo Dilma.
ASSINAM: Movimento Debate e Ação, Vamos à Luta, FEAB e Independentes.
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