quarta-feira, 11 de julho de 2012

CARTA ABERTA AOS PROFESSORES EM GREVE NO CAMPUS DE MARABÁ


CARTA ABERTA AOS PROFESSORES EM GREVE NO CAMPUS DE MARABÁ

“Não tem dinheiro pra carreira, mas tem pro Carlinhos Cachoeira”
Em Assembléia Estudantil realizada na última sexta feira (29/06) foi aprovada a construção desta Carta, com o propósito de dialogar com a comunidade docente a respeito da deliberação referendada em última assembléia dos professores realizada dia 27/06, que aprovou a manutenção das atividades no período do Parfor.

Queremos frisar que esta é a greve mais forte dos últimos anos, uma vez que das 59 federais no país, já temos um quadro de 56 federais em greve, chegando a quase 100% de IFES paralisadas até o momento.
A última Assembléia dos docentes com a presença do Coordenador do Parfor que foi realizada em Belém na quarta feira passada pela manhã foi votada a Resolução: Pela suspenção das atividades no Parfor, sem nenhuma espécie de substituição ou prejuízo à Bolsa, observando o direito do Professor em Greve de repor as aulas. Por outro lado, o CNG já enviou um documento para CAPES, pautando a revisão nos prazos de pesquisa, pós-graduação e projetos devido o momento de greve.

Nós estudantes do Campus Universitário de Marabá, tomamos conhecimento da posição de Belém após a Assembléia construída em Marabá, porém já tínhamos nossa posição de continuar defendendo a suspensão do Parfor. Marabá ainda tem um vínculo forte com Belém, apesar de ser uma Seção Sindical independente, no entanto, a proposta que foi aprovada em Marabá somente enfraquece a greve, justamente no momento de maior acento do Movimento Grevista.

Nesse sentido, solicitamos aos docentes que revejam sua posição em relação à Greve no Parfor, seguindo o exemplo de Belém e da UFAM (que tiveram uma boa posição desde o início) para se manterem firmes na luta sem perder o foco da batalha política com o governo para de fato conseguir nossas conquistas de conjunto. Entendemos ainda, que faz parte da pauta de reivindicações dos professores a luta contra a precarização das condições de trabalho e o Parfor, infelizmente, constitui um exemplo da prática dessa política de governo. É visível a precariedade em que os cursos Parfor acontecem e o momento da greve é uma oportunidade para todos os envolvidos se posicionarem em protesto contra essa política.

O Parfor, assim como muitos dos programas assistencialistas do governo Dilma (bolsa escola e bolsa família), funciona para os docentes das IFES como uma compensação pelos baixos salários, o que seduz e assedia ao mesmo tempo, muitos professores financeiramente, fazendo com que a classe trabalhadora tenha dificuldades em se manter unida para lutar; inclusive pelo fato de que nesse momento de etapa Parfor durante a greve, se estabelece o discurso de que participa quem puder ou quiser. Mas quem não quer uma bolsa de mais de R$ 5.000,00 pra trabalhar por uma semana?
Os profissionais da educação que historicamente têm sido "massacrados" ao longo dos anos pelos governos neoliberais de Lula e FHC com a desvalorização contínua de suas carreiras; se submetem facilmente a uma situação humilhante, reduzindo o seu trabalho docente e toda a relevância de sua vida acadêmica para a sociedade a um serviço prestado, é a precarização do serviço público em nome da famigerada economia de mercado.

É diante desse cenário que acreditamos que o Parfor deve ser o momento de confrontarmos a realidade cruel a que professores formadores das IFES em GREVE e professores-alunos do programa estão sendo submetidos e através desse debate encaminharmos um posicionamento de luta dentro dessa greve nacional para enfrentarmos a política ditatorial do governo Dilma.

ASSINAM: Movimento Debate e Ação, Vamos à Luta, FEAB e Independentes.

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