*Elho Araújo
É recorrente o argumento de que a União Nacional dos Estudantes (UNE) não serve mais aos interesses coletivos dos acadêmicos do país, pois a direção majoritária da UNE burocratizou de tal maneira a ferramenta de luta que não se sabe qual a diferença da UNE para uma secretaria do governo Lula.
Assim, essa entidade e todos que estão à sua volta deveriam ser abandonados por todos os militantes verdadeiramente compromissados com a educação de qualidade.
É verdade que a direção da UNE burocratizou o instrumento, isso sustenta aquele argumento de construir uma nova entidade.
No entanto, há um só motivo que justifica ainda fazer luta dentro da UNE. Ele baseia-se no fato de que há uma base de estudantes dentro da UNE que nenhuma entidade estudantil de esquerda conseguiu aglutinar, abandonar esses estudantes seria um erro político.
Além do mais, para a construção de uma nova ferramenta seria necessário um processo de democratização das discussões e uma sinceridade por todas as forças da esquerda, no sentido de não priorizar o fortalecimento interno dos grupos envolvidos nessas possíveis discussões que até agora não conseguimos chegar a esse patamar.
A Frente de Luta Contra a Reforma Universitária que funcionou em 2007-2008, é um exemplo que chegou bem perto do que realmente precisamos.
Agora, há a necessidade de reconstrução dessa frente, porém os passos Ainda são bem tímidos.
CONTEXTO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL EM MARABÁ
O movimento estudantil de 2007 para os dias atuais em Marabá, obteve um avanço considerável. Temos uma sede que permanece aberta e atuação no dia-a-dia.
O movimento estudantil em Marabá está em reconstrução e disputa de concepção: de um lado os que romperam com a UNE, para construir uma nova entidade (ANEL) e do outro o Coletivo Vamos à Luta!.
O Vamos à Luta surgiu em 2007, fruto de um grupo de estudantes que se organizou para fazer enfrentamento aos ataques do governo Lula à educação, faz oposição dentro da UNE, contra o governo e à própria direção majoritária da entidade.
A Assembléia Nacional dos Estudantes (ANEL) surgiu de um grupo de estudantes que rompeu definitivamente com a UNE e em 2009 através do Congresso Nacional de Estudantes (CNE) fundaram a ANEL e que conquistou adeptos em Marabá.
Em Marabá, nesse contexto, em agosto de 2010, o Diretório Acadêmico José de Ribamar (DAJR) foi filiado à ANEL, num Congresso estudantil do Campus, com uma plenária de quarenta (40) estudantes.
Logo depois, foi chamado uma reunião de Centros Acadêmicos (CA) para discutir o balanço do evento.
Nessa reunião, sete (7) dos Noves (9) CA’s, disseram que o balanço foi positivo.
Agora em dezembro de 2010, o Coletivo Vamos à Luta, estará levando, seis (6) delegados de CA’s e mais um (1) presidente que vai como observador por uma questão formal para o Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB) da UNE que ocorrerá em janeiro próximo na cidade do Rio de Janeiro.
Na prática, o Vamos à Luta! estará levando sete (7) dos treze (13) CA’s do Campus, mais de cinqüenta por cento.
A pergunta que não quer calar: qual a posição dos CA’s, de fazer oposição na UNE ou de romper com a UNE? Que posição é a mais importante, a mais antiga ou mais recente?
*Estudante de Direito e Coordenador Geral do Diretório Acadêmico José de Ribamar da UFPA em Marabá.
Saudações!
ResponderExcluirA análise é muito pertinente. O processo de construção do CONCLAT mostra como, também no âmbito sindical, estamos pagando o ônus pelos setores de esquerda ainda não conseguiram superar as contas de auto-construção em favor de um movimento mais amplo e mais consciente.
Disputar a política que organiza a maior parte dos estudantes (sim... a maior parte dos estudantes estão hoje com a a UJS. a ANEL é muito pequena na comparação) é o meio mais eficiente de criar um novo projeto para os estudantes do Brasil.
Estamos fazendo a luta sindical em muitas universidade e na fasubra dentro de um coletivo homônimo ao de vocês: Vamos à Luta!
Força pra nóis!